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O poder da informação em tempos de pandemia

  • Foto do escritor: Luciana Ribeiro
    Luciana Ribeiro
  • 2 de jun. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 3 de jun. de 2020



Por Sheila Souza


Os desafios da mídia que vão desde o combate a fake news ao compromisso com a Transparência 


Informação é poder - disso ninguém duvida. A afirmação, quase retórica, passa nesse momento de crise a ser resposta: a Comunicação nunca foi tão importante. 


Na década em que comunica-se com forte exposição e dividindo espaço tapa a tapa com as fake news. Ganha-se em poder e visibilidade, perde-se com ataques e aumento na descredibilidade. Está tudo mais difícil? 


Com a pandemia, a Imprensa, assim como os outros setores, precisou em curtíssimo espaço de tempo, adaptar-se. O momento é de desafio, mas também de oportunidades. A pouco tempo atrás não conhecíamos a cultura do podcast no Brasil, ao passo que agora, os veículos se apoderam tão bem dessa potente ferramenta. 


Em poucos meses, vimos o crescimento de veículos e muita gente lançando no mercado seus novos produtos. Isso significa mais informação, mais concorrência, e de novo: mais desafios. Quanto mais rápido o acesso à informação se dá, mais rápido também, o risco com a falta de checagem desses conteúdos.


No Brasil, a figura do ombudsman, ainda pouco explorada - nada mais que um profissional preparado para intermediar a relação entre editores e leitores. Conferir o diálogo entres os pares e fazer balança justa dos jogos de interesses. Para se ter ideia, a competência existe nos Estados Unidos da América (EUA) desde os anos 60. No Brasil, começou a ser utilizado no final da década de 80.


Agora em 2020, sob o contexto da pandemia, instaurada mundialmente por conta da COVID-19 - onde o acesso à informação salva vidas. É irremediável que se pense essa entrega e se opere com a máxima responsabilidade social. Sabe-se que em muitos locais do País, com proporções geográficas enormes, o desafio se agiganta e ganha ainda mais força pela diferença econômica. Onde a renda está concentrada em poucas famílias. A imprensa cumpre seu papel fundamental, de não só falar publicamente, mas também de ouvir os que não têm voz.


E para isso, é preciso checar incansavelmente a fonte e os interesses envolvidos. O valor da informação ganhou ainda mais peso. A carga pode tornar-se insuportável, avaliado o contexto das perdas e do sofrimento envolvido intrinsecamente ao momento. Precisamos de doses extra de transparência e cuidado no trato com a informação. Como aliada, temos a responsabilidade social, parte presente e um santo remédio para esses dias.


E se Imprensa sofre esse impacto, seus profissionais são a linha de frente. Está posto: essa linha trabalha, lida com problemas e críticas, se expande e melhora. Vivemos um tempo de crescimento e os frutos disso serão veículos mais preparados para as plataformas streaming, aos conteúdos mais enxutos, a proximidade com o público - não física, de repórteres, cinegrafistas e produtores, mas a de interesses sociais partilhados.


Como poucas vezes, a sociedade pôde constatar esse momento único. Onde, nós Imprensa, somos a “fonte”. Estamos lá fora com máscaras, servindo de escuta e voz para muitos. Quando munidos desse interesse, cumprimos um papel essencial: O de servir a população.


As práticas devem se voltar ao emprego accountability – ou seja, valores ritmados entre Ética e Transparência. A pandemia vai passar, veículos desaparecerão e outros surgirão. E para que o futuro seja melhor, simbolicamente, é bom que daqui para frente, a imprensa esteja de mãos dadas com a sociedade. 





Sheila Souza, é jornalista,

 mestre em Ciências da Comunicação no Brasil e Portugal.


 
 
 

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